São Paulo: a capital mundial do futebol

Ian Scott • Jul 26, 2023

A maior cidade do Brasil não só possui uma riqueza de estádios de futebol, mas sua história com o esporte remonta ao século XIX.

O futebol chegou ao Brasil por São Paulo, e a cultura da cidade se desenvolveu juntamente com o esporte há mais de um século. Com a Copa do Mundo FIFA de Futebol Feminino acontecendo, analisamos mais de perto a história do futebol na cidade, assim como a variedade de estádios que fazem dela o lugar ideal para qualquer projeto relacionado ao futebol.

Vista aérea de Paraisópolis, São Paulo.

Brasil — um campeão mundial

Não é exagero dizer que o Brasil tem tido um impressionante histórico no cenário mundial do futebol ao longo das décadas. Possui o maior número de vitórias na Copa do Mundo FIFA — cinco no total — e o melhor desempenho geral na competição até o momento. Mas poucas pessoas sabem que São Paulo foi o local onde o jogo foi introduzido pela primeira vez no país, no final do século XIX, numa época em que a população da cidade ainda estava na casa das dezenas de milhares (em vez das atuais dezenas de milhões). Naquele tempo, imigrantes começaram a chegar à medida que a cidade se industrializava, incluindo mais de 100.000 árabes da Síria e do Líbano.

Charles Miller: o pai do futebol brasileiro

Então, como São Paulo introduziu o futebol no Brasil? É senso comum que a primeira bola de futebol chegou na década de 1890 nas mãos de Charles Miller, filho nascido em São Paulo de um escocês que havia vindo trabalhar para a São Paulo Railway Company. Após passar alguns anos no Reino Unido, ele trouxe consigo a bola que daria início ao esporte no que agora é considerado o "País do Futebol".

Futebol de Várzea

Durante as primeiras décadas do século XX, a prática do futebol ainda era reservada às classes mais altas. Isso continuou até que as várzeas fora das áreas mais ricas de São Paulo começaram a ser usadas para tornar o esporte acessível a todos.


As várzeas ficavam nos arredores da cidade. Eram áreas rurais que se transformavam em campos de futebol quando os níveis dos rios baixavam, permitindo que os paulistanos da classe trabalhadora participassem das partidas.


A partir da década de 1920, os campos de várzea se espalharam, tornando-se um ponto de encontro para as comunidades de imigrantes e afro-brasileiros, tanto para fazer esporte quanto para reuniões sociais nos fins de semana. Cada bairro tinha dois ou três campos.


Ao longo dos anos, essa prática amadora se profissionalizou ao passo que equipes e torneios cresceram. Exemplos notáveis de clubes que surgiram nesse período incluem o Corinthians, que agora tem a segunda maior torcida do país e nasceu como um time de várzea nas margens do Rio Tamanduateí e recebeu o nome de um dos clubes amadores de Londres.

Futebol das favelas

Com o crescimento da cidade, os campos de várzea começaram a ficar cada vez mais distantes do centro e ainda hoje são uma característica na maioria das periferias mais pobres da Grande São Paulo.


Os campos de futebol nas favelas não apenas desempenham um papel importante na vida social desses bairros, mas também são usados em qualquer evento que envolva a reunião de moradores, como campanhas de vacinação ou distribuição de cestas básicas que ocorreram durante a pandemia. Os mais conhecidos incluem a Arena da Palmeirinha, em Paraisópolis, e a Arena Heliópolis, na maior favela de São Paulo, Heliópolis.


Quando se trata de esportes, os campos de futebol nas favelas não são voltados apenas para o futebol. Eles também têm um poder transformador na vida dos jovens e da comunidade como um todo, servindo de espaço para iniciativas de recreação, ensinando novas habilidades e autoconfiança para a comunidade. Os campos no centro de São Paulo frequentemente são o cenário para projetos transformadores.

Os estádios modernos de São Paulo

Charles Miller, que trouxe o futebol para o Brasil, ficou eternizado na História quando seu nome foi dado à praça onde o Estádio do Pacaembu foi construído na década de 1940. O local sediou a Copa do Mundo de 1950 e foi considerado, à época, o mais moderno da América Latina.


Hoje, o Estádio do Pacaembu é sede de um dos museus mais visitados do Brasil — o Museu do Futebol —, que encanta visitantes de todas as idades com a imersão no "jogo bonito".

Entrada do Estádio do Pacaembu, em São Paulo.

Estádio do Pacaembu | Foto da Prefeitura de São Paulo

Os dias de glória do Estádio do Pacaembu como sede dos jogos do Corinthians, das partidas da Copa em 1950, sem mencionar a presença da maioria das estrelas do rock do mundo, desde Paul McCartney até os Rolling Stones, agora esmaecem, enquanto arenas maiores e melhores são construídas. O Corinthians possui um estádio próprio, a Neo Química Arena (anteriormente conhecida como Arena Corinthians), localizado na zona leste de São Paulo, que sediou os jogos em São Paulo durante a Copa do Mundo de 2014.


Os outros dois principais clubes de São Paulo também têm suas próprias instalações de alto nível: o Estádio Palestra Itália, do Palmeiras, que foi reinaugurado em 2014 e rebatizado de Allianz Parque após uma enorme reforma. O espaço agora comporta um público de 45.000 pessoas e está se tornando um local imperdível na cidade para
festivais de música e shows.


O Estádio do Morumbi, lar do São Paulo Futebol Clube, foi construído no início da década de 1960, de acordo com um projeto de um dos arquitetos mais renomados da cidade, João Batista Vilanova Artigas. É o maior estádio de propriedade privada do Brasil, com capacidade para 66.795 espectadores. As arquibancadas ficam lotadas não apenas em partidas épicas, mas também para ver estrelas pop internacionais, como
Beyoncé e Madonna.

  • Vista aérea do Estádio do Morumbi

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    Estádio do Morumbi | Foto por Sergio Souza 

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  • Vista aérea do Estádio do Pacaembu

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    Estádio do Pacaembu | Foto por Sergio Souza 

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  • Imagem ampla da Cidade da Pedreira, São Paulo

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    Cidade da Pedreira, São Paulo | Foto por Pedro Henrique Pigozzi para o Shutterstock 

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  • Campo do Estádio do Pacaembu

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    Estádio do Pacaembu | Foto por Prefeitura de São Paulo

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