Locações de destaque: a influência japonesa no Brasil

Nick Story presta homenagem ao Japão ao explorar a influência japonesa no Brasil e os lugares deslumbrantes que são o legado de décadas de imigração

Para mim, fazer filmes e ajudar filmmakers estão lá em cima em termos de satisfação no trabalho. Mas a cada quatro anos, quando os Jogos Olímpicos de Verão acontecem, não consigo deixar de sentir uma certa nostalgia pelo que poderia ter sido. Passei a maior parte da minha adolescência e anos universitários remando. Ganhei uma vez na Henley e tive algumas participações internacionais menores, mas meu maior sonho de remar nas Olimpíadas nunca se concretizou e não me arrependo.


Felizmente, Tóquio não desistiu de seu Sonho Olímpico, apesar dos desafios impostos durante a pandemia de Covid-19, e foi emocionante ver os Jogos se concretizando. Ainda não fui ao Japão — minha primeira oferta de emprego foi ensinar inglês lá no programa JET, mas o destino me trouxe ao Brasil. Por enquanto, terei que me contentar em ver o Japão do Brasil. E isso, por si só, é um mundo de maravilhas.


Como parte da minha série Locações de Destaque, para a Little Black Book, parecia que este era um momento oportuno para explorar a relação especial que o Japão e o Brasil têm e, mais especificamente, aprofundar algumas das interessantes locações no Brasil que poderiam facilmente ser confundidas com o Japão com a equipe de produção certa no comando.

Vista de um edifício branco japonês com galhos de cerejeiras floridos

O Brasil e o Japão tiveram um vínculo muito próximo nos últimos 113 anos, desde que as primeiras centenas de imigrantes japoneses desembarcaram do navio Kasato Maru no Porto de Santos (São Paulo) em 18 de junho de 1908 — uma data que agora é celebrada como o Dia da Imigração Japonesa no Brasil inteiro. Sua influência na cultura brasileira está em todos os lugares, desde a arquitetura até a agricultura, festas populares e, é claro, na comida; sushi é praticamente um prato nacional. O mundo das artes e do entretenimento, incluindo a TV e o cinema, também têm uma forte influência japonesa no Brasil, e existem dezenas de centros culturais e organizações no país que preservam e promovem a identidade nipo-brasileira.

  • Ramos de flores de cerejeira em frente a um castelo branco japonês

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    Palácio Hyogo em Curitiba foto da © Câmara de Comércio Brasil Japão

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  • Uma foto de perto de uma flor de cerejeira com uma árvore ao fundo

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    Centro Kokushikan em São Roque, SP

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  • Vista de um edifício branco japonês atrás de flores de cerejeira

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    Centro Kokushikan em São Roque, SP

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Em julho, as ruas da Liberdade — o primeiro bairro japonês de São Paulo — ficam adornadas com serpentinas de papel colorido para o Tanabata Matsuri, o "festival das estrelas" japonês. Música e dança japonesas e tambores taikô o tornam um dos destaques do calendário cultural da cidade.


Já em agosto, as cerejeiras florescem em parques e jardins por todo o estado de São Paulo. As primeiras mudas foram trazidas do Japão para o Brasil na década de 1930, e quatro espécies se adaptaram bem ao clima. No Parque do Carmo, é verdadeiro um espetáculo ver mais de 4.000 cerejeiras em plena floração.

  • Um monge sorridente bate um tambor no Festival Tanabata enquanto uma multidão aplaude

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    Festival Tanabata no bairro da Liberdade. Foto de ©Nelson Antoine para Shutterstock

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  • Ponte no bairro da Liberdade.

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    Ponte no bairro da Liberdade. Foto por ©Diego Grandi for Shutterstock

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A Liberdade é onde Spectros, um thriller sobrenatural de oito partes da Netflix, foi filmado. Plastic City, um thriller sino-nipo-honconguês-brasileiro, também foi gravado por lá em 2008, e fez parte da seleção do Festival de Cinema de Veneza. O bairro é conhecido como a "cidade japonesa de São Paulo" e apresenta todas características para isso, desde os postes de luz vermelhos e brancos até os jornais japoneses nas bancas, placas escritas em ideogramas e os inúmeros bares de karaokê e restaurantes de sushi. Ele ainda abriga o Museu Histórico da Imigração Japonesa no Brasil, com um arquivo de imagens e documentos impressionantes que datam de várias décadas.

  • vista panorâmica de uma ponte de madeira vermelha sobre um lago com peixes nadando, ao fundo um jardim com árvores.

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    Maeda Park em Itu

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  • Vista panorâmica de um edifífio pequeno, uma ponte sobre um lago e um jardim arborizado.

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    Maeda Park em Itu

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  • Vista de cima de caminhos de pedra de um jardim com um tradicional arco vermelho japonês e árvores ao fundo.

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    Maeda Park em Itu

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Um quarto de milhão de japoneses imigraram para o Brasil até por volta de 1970, em sucessivas ondas pré e pós-guerra. Os primeiros imigrantes foram principalmente enviados para trabalhar nas plantações de café no interior de São Paulo, e hoje em dia, existem 1,3 milhão de japoneses e descendentes vivendo no estado.

Vista de cima de caminhos de pedra de um jardim com um tradicional arco vermelho japonês e árvores ao fundo.
Vista de cima de caminhos de pedra de um jardim cercado por árvores.
Vista panorâmica de um lance de escadas de pedras, ao fundo um jardim com árvores.
vista panorâmica de uma ponte de madeira vermelha sobre um jardim e um lago, com árvores ao fundo.

Entretanto, a imigração japonesa se espalhou bem mais pelo Brasil à medida que os recém-chegados foram trabalhar em grandes projetos de infraestrutura, como a construção de ferrovias, ou saíram em busca de terras férteis para comprar e plantar — com diferentes graus de sucesso. Colônias foram fundadas desde a região amazônica, no Norte, até Santa Catarina, no Sul. Cidades pequenas como Bastos, Pereira Barreto, Alianças e Assaí foram construídas por japoneses e ainda preservam muitas de suas características tradicionais.

  • Templo japonês amarelo com vista para um lago cercado por árvores

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    Templo Kinkaku Ji Brasil em Itapecerica da Serra. Foto da ©Commons Wikimedia

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  • Escultura de metal vermelha em uma praça gramada com um edifício japonês amarelo ao fundo.

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    Praça do Japão em Curitiba. Foto por Valeria Rolim para a Sertur

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  • Pavilhão japonês branco com um jardim de areia e árvores.

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    Pavilhão Japonês no Parque Ibirapuera. Foto por ©Bunkyo

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Além disso, a arquitetura japonesa tradicional pode ser encontrada nas capitais São Paulo e Curitiba. Em São Paulo, o Pavilhão Japonês no Parque Ibirapuera é um feito notável. Foi um presente do governo japonês e da comunidade nipo-brasileira para celebrar o quarto centenário da cidade, em 1954. Construído com técnicas japonesas e materiais trazidos do Japão, ainda é um símbolo do vínculo especial entre os dois países.

 

Para produções que desejam filmar cenários japoneses, pode parecer estranho, mas o Brasil oferece uma ampla variedade de locações acessíveis. A permissão pode ser concedida para gravar em todos os locais apresentados aqui, e com a direção remota, os clientes internacionais podem controlar quase todos os aspectos de uma filmagem em tempo real.

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